Autoexame e outros métodos de detecção precoce do câncer de mama  

A detecção precoce do câncer de mama é essencial para aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade. O câncer de mama é uma das doenças que mais afeta mulheres no Brasil e no mundo. E identificar o problema em estágios iniciais faz toda a diferença no sucesso do tratamento. Entre os métodos de detecção, o autoexame das mamas se destaca como uma prática simples e eficaz, possível de realizar em casa, complementada por exames clínicos e de imagem, como a mamografia. 

Aqui, vamos explorar os principais métodos de detecção precoce do câncer de mama, com ênfase no autoexame. Além disso, destacaremos a importância de consultar um médico regularmente e realizar exames complementares, fundamentais para garantir um diagnóstico precoce e assertivo. Detectar o câncer de mama a tempo pode salvar vidas, e conhecer seu corpo é o primeiro passo para a prevenção. Siga sua leitura até o final. 

O que é o câncer de mama e como ele se desenvolve? 

O câncer de mama é o crescimento descontrolado de células malignas nos tecidos mamários, que pode começar nas glândulas produtoras de leite ou nos ductos mamários. Essas células anormais se multiplicam rapidamente, formando nódulos ou tumores que podem se espalhar para outras partes do corpo. 

Embora este tipo de câncer afeta majoritariamente mulheres, homens também podem ser diagnosticados com a doença, ainda que em menor frequência, representando 1% do total, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) 

A importância da detecção precoce reside no fato de que, muitas vezes, o câncer de mama em fases iniciais é assintomático, ou seja, sem dor ou sintomas visíveis. Por isso, a realização de exames regulares e o acompanhamento médico são essenciais para a saúde. 

Estatísticas e fatores de risco 

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, ainda de acordo com o INCA, ele representa cerca de 24,5% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil (dados de 2020). Os principais fatores de risco incluem: 

• Idade: mulheres acima dos 40 anos têm maior probabilidade de desenvolver a doença. 

• Histórico familiar: a presença de parentes de primeiro grau com câncer de mama ou ovário aumenta o risco. 

• Fatores genéticos: mutação em genes como BRCA1 e BRCA2 estão associadas a um risco elevado de câncer de mama. 

Além disso, fatores como a obesidade, o sedentarismo e a exposição prolongada a hormônios femininos também podem aumentar o risco de desenvolvimento desse câncer. 

A importância do autoexame de mama 

O autoexame de mama é uma prática simples e importante que pode ser realizada por todas as mulheres em casa. Embora não substitua exames clínicos realizados por médicos ou exames de imagem, o autoexame é um poderoso aliado na detecção precoce de possíveis alterações nas mamas. Ao conhecer bem o próprio corpo, as mulheres podem perceber mais facilmente qualquer mudança suspeita que exija atenção médica. Entenda mais a seguir! 

Mas o que é o autoexame das mamas? 

O autoexame de mama consiste em um exame feito pela própria mulher para observar e apalpar as mamas em busca de sinais incomuns, como nódulos, inchaços, assimetrias ou alterações na pele. A prática regular desse exame permite que a mulher se familiarize com o formato, a textura e a aparência de suas mamas, identificando mais rapidamente qualquer alteração. 

Por que fazer o autoexame das mamas? 

Sobretudo, a principal vantagem deste hábito é que ele ajuda as mulheres a terem um papel ativo para manter uma vida saudável. Muitas vezes, pequenas mudanças no corpo passam despercebidas, mas o hábito de realizar o autoexame pode facilitar a identificação precoce de possíveis problemas. 

Vale lembrar que a maioria dos nódulos encontrados durante o autoexame não é cancerosa, mas toda e qualquer alteração deve ser examinada por um profissional de saúde. 

Ademais, o autoexame de mama é um complemento importante para outros métodos de detecção precoce, como a mamografia e a ultrassonografia. Isso porque, quanto mais cedo se detectar uma alteração, maiores são as chances de sucesso no tratamento. 

Quando e como fazer o autoexame das mamas? 

Especialistas recomendam que o autoexame das mamas seja feito uma vez por mês, preferencialmente uma semana após o término do ciclo menstrual, quando os seios estão menos sensíveis e inchados. 

Para mulheres que já passaram pela menopausa, a sugestão é escolher um dia fixo de cada mês para realizar o exame. Afinal, a regularidade do autoexame ajuda a identificar rapidamente qualquer mudança que possa surgir nas mamas ao longo do tempo. 

Passo a passo do autoexame 

1. Diante do espelho

• Fique em frente a um espelho, com os braços relaxados ao longo do corpo. Observe atentamente o tamanho, formato e aparência geral das suas mamas. Veja se há mudanças na pele, como, por exemplo, rugosidade, inchaços ou assimetrias. 

• Em seguida, levante os braços e observe novamente, procurando por alterações nas axilas ou mudanças na pele. 

2. Durante o banho

• Com a pele úmida e as mãos ensaboadas, levante o braço esquerdo e coloque a mão esquerda atrás da cabeça. Enquanto isso. com a mão direita, apalpe suavemente a mama esquerda, fazendo movimentos circulares ao redor da mama e em direção ao mamilo. 

• Depois, repita o processo na outra mama, utilizando a mão esquerda para examinar a mama direita. Certifique-se de cobrir toda a superfície, incluindo as axilas, em busca de nódulos ou espessamentos. 

3. Deitada

• Deite-se de costas com um travesseiro sob o ombro direito e coloque a mão direita atrás da cabeça. Usando a mão esquerda, faça movimentos circulares suaves, cobrindo toda a mama direita, desde a clavícula até a parte inferior das costelas. 

• Repita o procedimento na mama esquerda. Apalpe também a área ao redor das axilas, onde podem surgir nódulos. 

O que faço se eu encontrar algo incomum? 

Caso encontre algum nódulo, área dolorida, alteração no formato, bem como no tamanho das mamas, ou até mesmo secreção nos mamilos, é importante procurar um médico o mais rápido possível para uma avaliação detalhada. Lembre-se de que a maioria das alterações não está relacionada ao câncer, mas apenas um especialista poderá fazer o diagnóstico correto! 

Outros métodos de detecção precoce do câncer de mama 

Embora o autoexame das mamas seja uma ferramenta valiosa para que as mulheres conheçam melhor seus corpos, ele não substitui os exames clínicos e de imagem que são importantíssimos para a detecção precoce do câncer de mama. 

Diversos métodos complementares podem identificar alterações em estágios iniciais, aumentando, portanto, as chances de um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Veja os principais exames utilizados na detecção precoce do câncer de mama: 

Mamografia 

A mamografia é considerada o exame de imagem mais eficaz para a detecção precoce do câncer de mama, especialmente em mulheres acima dos 40 anos. Esse exame utiliza raios X de baixa dose para captar imagens detalhadas das mamas, permitindo a identificação de pequenos nódulos ou tumores que ainda não são palpáveis. 

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que mulheres entre 40 e 69 anos realizem a mamografia anualmente. Em casos de mulheres com histórico familiar ou outros fatores de risco, o médico pode sugerir o início dos exames em idades mais jovens ou com maior frequência. Ressaltamos que a mamografia é um exame seguro e fundamental para reduzir a mortalidade associada ao câncer de mama. 

Ultrassonografia das mamas 

A ultrassonografia é um exame complementar à mamografia, utilizado principalmente para mulheres com mamas densas, que podem dificultar a visualização de nódulos em exames de raios X. Além disso, é um método indicado para avaliar nódulos detectados pelo autoexame de mama ou pela mamografia, ajudando a diferenciar entre cistos e tumores sólidos. 

Este exame é indolor, rápido e pode ser recomendado para mulheres mais jovens, que ainda não estão na faixa etária indicada para a mamografia regular. Ao mesmo tempo, ele é útil para orientar procedimentos de biópsia quando há necessidade de coleta de amostras de tecido para análise. 

Ressonância magnética 

A ressonância magnética é um exame de imagem altamente sensível, geralmente indicado para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, como aquelas com mutações genéticas. Esse exame utiliza um campo magnético e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas das mamas, sendo capaz de detectar até mesmo os menores tumores ocultos. 

Recomenda-se a ressonância magnética em situações específicas, como em casos de diagnóstico de câncer de mama em um seio, para verificar a extensão da doença no outro. Também a usam para monitorar mulheres que fazem parte de grupos de risco. Entretanto, apesar de ser um exame mais complexo e caro, ele oferece uma visualização mais detalhada do tecido mamário. 

Conclusão 

A detecção precoce do câncer de mama é um dos fatores mais importantes para garantir um tratamento eficaz e aumentar as chances de cura. Embora o autoexame das mamas seja uma prática fundamental que todas as mulheres podem adotar no dia a dia, ele deve ser visto como uma medida complementar aos exames clínicos e de imagem realizados por profissionais de saúde. 

Também deve ficar claro que realizar consultas regulares com um médico é indispensável! O acompanhamento médico permite o ajuste dos exames conforme o histórico de saúde de cada mulher, aumentando as chances de detectar alterações em estágios iniciais. 

Adicionalmente, a conscientização é uma poderosa aliada na prevenção. Participar de campanhas como o Outubro Rosa e compartilhar informações sobre o autoexame e os exames médicos pode salvar vidas. Cuidar da saúde é um ato de prevenção e amor-próprio, por isso, manter as consultas e exames em dia é o melhor caminho para uma vida saudável. 

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